Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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pim pam pum

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uf... dir-se-ia: tanta tempestade num copo d´àgua.

Bem sei que não é de crítica que se controem os blogs, e que de facto há pouca crítica em Portugal. E no entanto não era tanto disso que se falava quando se falava de crítica; mas exactamente do contrário: o aparente desprezo pela crítica por quem faz arquitectura
Não é, entenda-se, um fenómeno reduzível ao desprezo de um qualquer autor por uma determinada crítica directa ao seu trabalho; mas uma observação mais geral, que se prende com a falta de disponibilidade dessa gente toda que trabalha nos ateliers em procurar uma leitura crítica do seu trabalho fora do quotidiano que habita. Quem diz Seu, diz, claro, qualquer trabalho que tenha algo em comum com os problemas que se lhe colocam a determinado instante.

Na verdade a leitura de uma obra de arquitectura é sempre viciada. E o problema para os autores é exactamente aquilo que procuram(os) numa obra de outro: a relação directa com as nosso programa do dia-a-dia. Descobrimos-lhes, a essas obras, os truques, os erros escondidos debaixo do tapete, as pequenas maravilhas, as hesitações, as invenções. Só que tudo isto é em certo sentido moldado por aquilo em que estamos embrenhados; o que implica, enfim, pouco afastamento à coisa. E por isso ler uma crítica a uma dessas obras é ler uma crítica a esse nosso embrenhamento. Como sabemos: uma pancada nos olhos faz ver.Mesmo que a pancada não seja exactamente nos nossos olhos.

(continua).

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