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A morte de Sardanapalus, 1828, E. Delacroix
De referir ainda que a exposição central, comissariada por Sejima, contará com a participação de Aires Mateus.
Não pondo em causa a qualidade dos trabalhos e dos respectivos autores envolvidos, pensa-se que a representação portuguesa é insensata, e totalmente inútil. As razões (para quem tiver paciência): aqui, e depois ali.
Mais: julga-se que a eternização dos referidos autores por este tipo de circuitos internacionais afasta qualquer hipótese de explorar a necessária heterodoxia e a disponibilidade da arquitectura nacional, já de si escassa em possibilidades. Facto esse que é sempre de lamentar.
Seria de esperar que a existência de um comissário externo à arquitectura - como o é Delfim Sardo -, e de um autor como José Mateus - que entre outras coisas, foi co-responsável por um dos mais estimulantes momentos da arquitectura em Portugal na década que passou - à frente do Pavilhão Português, permitisse uma outra forma de interpretar a criação nacional. Qualquer uma que não envolvesse a facilidade, pelo menos.
10 comentários:
Vi hoje uma obra notável. Boa e de tanta genuidade que só a intenção anónima é capaz de produzir...
Veneza, tão longe.
Quem é essa gente que refere?
É ler o texto (em duas partes) que "linko", e perceberá.
se mentes (pouco)brilhantes deste nosso PT continuarem a insistir neste tipo de "oportunidades perdidas", o país nunca abandonará a sua condição de provinciano... triste e hilariantemente provinciano!!
há um facto curioso: Aires Mateus e Carrilho da Graça são eles próprios comissários da Trienal de Arquitectura de Lisboa, que é a instituição que gere a representação portuguesa à Bienal de Veneza. Aires Mateus é responsável pela exposição da Cova da Moura, da dita Trienal; e João Luís Carrilho da Graça é responsável pelo concurso de Angola. O mundo da arquitectura portuguesa é pequeno.
joão, realmente esse facto é curioso, mt curioso... permite-me no entanto o acrescento: potencialmente o mundo da arquitectura portuguesa nem seria assim tão pequeno, não fosse ele tão somente o reduto daqueles poucos que o querem pequeno...
podiam resolver a coisa com um jantar
comida de plástico, em três tristes sílabas, que sempre saía mais barato
a todos
qual é/foi o momento estimulante?
Julgo ser irrelevante do ponto de vista (disciplinar, pelo memos) a partilha de cargos institucionais por comissários e autores. Como julgo também que tal representação não envergonhará ninguém: afinal - para lá de eventuais questõesde posicionamento - o trabalho dos quatro nomes escolhidos não é propriamente de desprezar.
A questão aque será apenas uma: a de mais uma vez deixar para trás a oportunidade de pensar uma representação potencialmente construtiva, quem sabe arriscada, para apostar em fenómenos sobejamente conhecidos, mas com pouca relevância propositiva.
Se é verdade que há qualquer coisa de indiscutível na obra dos quatro autores; é exactamente aí que reside o problema: nada mais haver a discutir. Pensando-se, claro, que a essência de uma Bienal reside exactamente na discussão; mais do que na confirmação
não discutiremos a arquitectura (portuguesa)
não discutiremos as representações (seria antipatriótico e malcriado da nossa parte), as embaixadas ao exterior
não discutiremos a escolha dos comissários nem, dos comissários, as escolhas
não discutiremos (por evidente "irrelevância"...) a "sobreposição" (como nos casais...) dos papéis...
não discutiremos a saborosa sapiência das (não menos patrióticas) pescadinhas de rabo na boca
ajoelhemos, nas lajes frias da brancas catedrais, e "oremos"...
a gosto...
...jogar pelo seguro...
Até parece que os nomes propostos têm muito a ganhar com esta representação - bem o Bak Gordon até tem ! Veneza para confirmados, entenda-se! A escolha é poucochinha, parece-me.Revela pouca ousadia. Uma escolha tão empoeirada de arquitectos dir-se-ia de uma estrutura pouco ágil - parece uma escolha 'a la Ordem dos Arquitectos'. Não via a Trienal nesta embrulhada. que escolha desafortunada, não?
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