E já que falávamos sobre crítica (d)e arquitectura, cite-se Christopher Hawthorne, num artigo do LA Times intitulado Pass/fail for L.A.'s new arts school:
(...) yet the speed with which the campus became a symbol of controversy and discord raises serious questions about whether Coop Himmelblau, known for bravura design gestures and terrifically complex form-making, was the right choice for this contentious obstacle course of a commission (...);que vem pôr em causa não apenas uma obra de arquitectura, mas a escolha que se fez para os seus autores.
Ainda que sem atingir o objectivismo disciplinar da dupla Yeste/Massad, o ensaio crítico (publicado num jornal generalista) de Hawthorne revela, no mínimo, a relação descomplexada que ainda vamos podendo ter com a arquitectura.
Pode ser, de facto, que a arquitectura não deva ser objecto de escrutínio popular, como é afincadamente defendido no renovado JA de Manuel Graça Dias.
Pode ser que a arquitectura não se deva sujeitar a manifestações ingénuas, opiniões sem fundamento, preconceitos de pacotilha (recordo o artigo de Clara Ferreira Alves, no Expresso, a propósito da polémica do edifício do Largo do Rato, da dupla Aires Mateus/Valsassina).
Mas para que estas manifestações ingénuas, estas opiniões sem fundamento e estes preconceitos de pacotilha percam importância; seria necessário haver de facto crítica de arquitectura. Séria. Descomprometida. Informada. E com sentido ético.
É que a defesa da arquitectura feita da forma que conhecemos, hoje, nos jornais generalistas, só revela uma de duas hipóteses: corporativismo bacoco ou proteccionismo cego (recordo o artigo de Ricardo Carvalho, no Público, a propósito da polémica do edifício do Largo do Rato, da dupla Aires Mateus/Valsassina).
9 comentários:
uma posta valente como eu gosto :)
já tinha lido o teu link com alguma atenção
há projectos com valor (acho eu) entre os outros nomes citados no artigo do Chris... e odp até já postou sobre uma escola (um "s" amarelo...) de um deles...
até na california, senhores, é sempre mais do mesmo...
porque é que continuam sem comentar (n)as catedrais, Pedro?
para acabarem de vez com as dúvidas :)
os ingénuos tem medo de opinar:)
os outros estão entretidos a coçar o nariz ...:)
e os tímidos!? :)
eu respondia mas a alma não gosta que eu escreva palavrões... :)))
Caro AM
Talvez pondere o comentário quem sabe que a deontologia da Ordem é bastante clara quanto a insultos gratuítos continuados e sem fundamento a colegas de profissão.
A sua obsessão compulsiva com insultos a Bernardo Rodrigues, um arquitecto com todo o direito à existência, honra e bom nome (e que muito lhe custa a ganhar), como o do caro amigo, arrisca-se obter resposta em processo disciplinar na Ordem.
Um bom conselho é ler o capítulo de deontologia.
Corre o risco de, por mera compulsão imponderada, certamente, se ver envolvido em maus lençois, sem necessidade nenhuma.
Ironia e crítica, óptimo. Insultos continuados, denegrir da honra profissional, estes terão a resposta adequada.
Um pouco mais de civilidade poupar-lhe-á incómodos futuros.
caro office (Bernardo Rodrigues)
se quiser fazer o favor de indicar onde e quando se sentiu insultado com qualquer coisa que eu tenha "postado", terei o maior prazer em considerar a sua alteração ou remoção
não me quero arrastar em réplicas a um comentário com o teor deste seu comentário, mas creia-me quando afirmo que não tenho "contra" si nenhuma "obsessão"
sobre o sentido de humor, essa "coisa" tão complicada de partilhar, também não me vou "meter"
peço-lhe mais uma vez o favor de me indicar as postas e os comentários (acho que é disso que estamos a falar) em que se terá sentindo insultado, aqui (com a licença do Pedro), no meu blogue, ou através de mail para arqantmac@sapo.pt
com os melhores cumprimentos
antónio
caro office (Bernardo Rodrigues)
"eliminei" a maior parte das referências ao seu nome (ou à sua obra) do meu blogue
sobraram algumas, poucas, postas, que para o meu (fraco) sentido de humor, tenho a imodéstia de considerar vagamente "divertidas"
se não tiver nada a acrescentar, considero o assunto "enterrado"
antónio
Pela parte que toca As Catedrais apenas um apontamento: falar de arquitectura é a coisa que mais se aproxima a fazer arquitectura. Uma e outra representam um esforço, que é o de a pensar, à arquitectura. E, nesse sentido, a reciprocidade do fazer e do falar é-me necessária e, estranhamente, permite-me relativizar um quotidiano embrulhado em projectos.
Depois há sempre as coisas dos outros: projectos e palavras; que são duas coisas prezáveis, indispensáveis. A terceira é o prazer que, aposto, é usado e abusado por quem faz e por quem escreve sobre arquitectura.
E não se deve nunca esquecer que se trata, sobretudo, de prazer; e não de dever.
É assim. Não é?
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