Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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La pergunta és:

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¿Ocupa la honestidad toda tu obra?

in ¿Quién es Alejandro Aravena?, por Anatxu Zabalbeascoa, no agora linkado del Tirador a la Ciudad

Quando as catedrais eram piratas

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Estivesse embora prometido há algum tempo, a reserva obrigava-nos à espera. À espera da Obradoiro 34 nas bancas. Dessa Obradoiro acabada há mais de um ano, e guardada (definitivamente ?) numa gaveta. Achando-a, à Obradoiro, uma pequena pérola, toma-se uma decisão em prol da pirataria internacional: disponibilizá-la.
É correr, gentes, é correr; q'a oferta não dura para sempre.

pim pam pum

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uf... dir-se-ia: tanta tempestade num copo d´àgua.

Bem sei que não é de crítica que se controem os blogs, e que de facto há pouca crítica em Portugal. E no entanto não era tanto disso que se falava quando se falava de crítica; mas exactamente do contrário: o aparente desprezo pela crítica por quem faz arquitectura
Não é, entenda-se, um fenómeno reduzível ao desprezo de um qualquer autor por uma determinada crítica directa ao seu trabalho; mas uma observação mais geral, que se prende com a falta de disponibilidade dessa gente toda que trabalha nos ateliers em procurar uma leitura crítica do seu trabalho fora do quotidiano que habita. Quem diz Seu, diz, claro, qualquer trabalho que tenha algo em comum com os problemas que se lhe colocam a determinado instante.

Na verdade a leitura de uma obra de arquitectura é sempre viciada. E o problema para os autores é exactamente aquilo que procuram(os) numa obra de outro: a relação directa com as nosso programa do dia-a-dia. Descobrimos-lhes, a essas obras, os truques, os erros escondidos debaixo do tapete, as pequenas maravilhas, as hesitações, as invenções. Só que tudo isto é em certo sentido moldado por aquilo em que estamos embrenhados; o que implica, enfim, pouco afastamento à coisa. E por isso ler uma crítica a uma dessas obras é ler uma crítica a esse nosso embrenhamento. Como sabemos: uma pancada nos olhos faz ver.Mesmo que a pancada não seja exactamente nos nossos olhos.

(continua).

Peggy

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A maravilhosa hesitação de Patsy perante a possibilidade de uns minutos de luxuria com Peggy ou o decisivo prazer de saborear a cereja, primeiro, e o bolo, logo a seguir, não mais é do que uma imagem limpida daquilo que são as nossas mais quotidianas indecisões. Sendo evidente que uma escolha dispensa todas as outras (promissoras) hipóteses, resta-nos questionar exactamente as virtudes do desejo, e se esse desejo será saciável através dos mecanismos que nos são mais habituais.
De uma ou de outra forma resta-nos sempre a hipótese de nos saciarmos com o que temos mais-à-mão. Seja um bolo - mesmo que seja uma charlotte russe with whipped cream - ou, enfim, um corte. Com cereja.

Rewind

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Diz-se: não há crítica de arquitectura em Portugal. Pode ser que sim. Que não haja gente a escrever crítica. E no entanto esta afirmação expressa mais um lugar comum do que propriamente vontade que ela exista. Há poucos dias, para os lados da Antena 2, Alberto Carneiro queixava-se exactamente disso: de não haver crítica. Ou - interpretei eu - de não haver gente que a compreendesse, à obra escultórica de Alberto Carneiro, pondo-se o autor a desdizer todos aqueles que procuram desmontar o seu discurso; coisa particularmente difícil de se fazer, diga-se, dada a total incapacidade do autor em articular uma frase inteligivel do princípio ao fim.
Na verdade a questão não reside assim tanto nessa ideia de existir, ou não, crítica de arquitectura em Portugal; mas antes se os autores estão disponíveis em deixar que a crítica lhes entre pelo atelier a dentro. E não: não estão. Facto esse que torna a actividade crítica numa inutilidade, não tanto por ela ser inexistente, mas por aquilo que está na sua origem (os factos, as obras ou as gentes sobre os quais se dedica) a acharem irrelevante ou, pior ainda, maldizente.

Dito isto, refira-se não ser intencional o facto de se pôr em causa a existência de um blog cuja autoria reflecte exactamente sobre a noção de crítica. Aliás: trata-se exactamente do oposto: da necessidade de o tornar consequente para aqueles que o lêem. Mais, portanto. E nunca menos.

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