Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

| Subscrever via RSS

Domingos: Paciência

| 2 comentários |

Face ao curioso unanimismo em torno da mais recente conquista da arquitectura portuguesa - que com certeza se estenderá pelo Secil que por aí se avizinha - , nada mais nos resta que preservar para a posteridade aquela que, de entre todas, nos parece a ser a menos formatada de todas as leituras sobre a obra (prima) de Souto de Moura. Que diz assim: Os jogadores que vêm cá jogar é que ficam muito tempo a olhar para o ar, para os cabos que ligam os tectos das duas bancadas. Alguns tentam mesmo pontapear a bola, a ver se conseguem chegar com ela aos cabos, mas não conseguem.

As coisas não são o que parecem que são

| 3 comentários |
















Francisco Castro Rodrigues e o Plano para a Cidade do Lobito (fonte: Ana Vaz Milheiro: as coisas não são o que parecem que são; opúsculo 15; dafne)

De algum modo poderia premiar-se a obra do "desconhecido" Francisco Castro Rodrigues; se fosse de facto a obra de Castro Rodrigues a estar na base da decisão do Júri da "Associação Internacional dos Críticos de Arte".
De algum modo haveria pertinencia em confirmar a "grande relevância cultural da cena portuguesa" (sic) do autor; se fosse de facto essa a preocupação da dupla Manuel Graça Dias e Ana Vaz Milheiro.
De algum modo teria sido útil para Francisco Castro Rodrigues receber um prémio de arquitectura pela sua obra; se esse prémio fosse dado há meio século atrás.
De algum modo teria valido a pena existir um prémio Aica de Arquitetura; se fosse de facto real a existência de uma "associação internacional" que - como o nome indica - associasse mais do que dois críticos.

Mas não: nem é a obra de Castro Rodrigues que está na base da decisão do Júri da "Associação Internacional dos Críticos de Arte"; nem é a "grande relevância cultural da cena portuguesa" do autor que parece ser a preocupação principal da dupla Manuel Graça Dias e Ana Vaz Milheiro; nem o prémio foi dado meio século atrás; nem o Júri do AICA se compõe por mais ninguém do que os mesmos críticos que no ano passado premiaram um arquitecto morto.

Não é, entenda-se, a qualidade da obra de Castro Rodrigues que estará em causa (afinal pouco gente a conhecerá), mas sobretudo a utilidade de um prémio.

Ressalve-se no entanto a coerência de Ana Vaz Milheiro que, aliás, virá legitimar a sua busca pela história da arquitectura moderna em terras d'África. Afinal não foi nem uma nem duas vezes que lhe ouvimos a afirmação sobre o seu recente e exclusivo interesse por arquitectos mortos. É pena.

Para o ano, propomos ao Júri da AICA avaliar a possibilidade de nomear Ventura Terra, ou Cassiano Branco, ou Vitor Figueiredo, ou Raul Lino, ou Fernado Távora, ou Conceição Silva. Ou então a própria AICA; pela sua "grande relevância cultural na cena portuguesa".

Águas de Março

| 3 comentários |

É isto

| 2 comentários |

















Não é?

Tags