De facto fica-se com a sensação que as nomeações portuguesas para o Mies 2011 - como aliás para muitas outras coisas, tais como bienais, trienais, exposições, representações e etc. - são feitas por pessoas que nada percebem de arquitectura, mas que insistem em chamar a si vezes sem conta a responsabilidade de escolher, seleccionar e nomear obras; sem sequer terem a decência de reflectir sobre o resultado das suas escolhas.
Houvesse humildade e alguma seriedade no trabalho da Ordem dos Arquitectos - responsável nacional por designar esses selecionadores (nacionais) que lá vão escolhendo obras como esta para representar Portugal no maior e mais importante prémio de arquitectura europeu, e cujos nomes se vão repetindo ano após ano sem qualquer resultado à vista -, e esse trabalho teria há muito sido publicamente entregue e alguém credível, equilibrado, capaz de usar do bom senso, e de alguma inteligência também.
Não é que fosse fácil descobrir uma obra nacional capaz de competir com o Neues Museum - sem dúvida A obra de Chipperfield -, mas pelo menos não ajudavamos ainda mais a confirmar esse aparente tendência europeia em nos apelidar de Pig's.