Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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Prelúdio

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Quando as Catedrais eram Brancas, [o mundo] organizava-se segundo a vontade de uma técnica prodigiosa, loucamente temerária, cujo uso conduzia a formas inesperadas - formas, na verdade, cujo espírito desdenhava o legado de mil anos de tradição, sem vacilar perante a perspectiva de lançar a civilização numa aventura desconhecida. Eram Brancas as Catedrais porque eram novas. A pedra, recém-talhada, era resplandecente de brancura, como branca tinha sido a Acrópole de Atenas, ou como luzidia tinha um dia sido o granito das pirâmides.
Eram brancas as catedrais quando a participação a todos pertencia. Não era o cenáculo que pontificavam; era a gente em marcha.


Paris, 27 de Setembro, 1934. Prelúdio.
Quand les cathédrales etaient blanches; Voyage au Pays des Timides, LC, 1937.

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