Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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Prémio Secil Arquitectura 2008

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Confirma-se o que já se adivinhava nas entrelinhas: Nuno Brandão Costa ganha o Prémio Secil de Arquitectura 2008.















Para lá da espuma dos dias que se seguirá ao anúncio oficial da coisa, procedido de apresentações da obra e do seu autor em jornais de referência, declarações de arquitectos a sublinhar a relevância e o significado do pensamento de Brandão Costa, uma ou outra análise do edifício, entrevistas ao próprio e, claro, uma multiplicidade de referências um pouco por toda a blogosfera; para lá de tudo isto iremos, com tempo e com vontade, procurar perceber o verdadeiro significado deste Secil. Do Secil.

Não é que Nuno Brandão Costa o não mereça. Pelo contrário: se um prémio serve para alguma coisa é exactamente para dar destaque a um excelente (mas pouco conhecido) autor, para o estimular, e para dar visibilidade alargada a um obra que é erudita, coerente, especial, relevante.
E aqui, entenda-se, o Secil cumpre a sua função; pelo que o prémio é merecido.

Espera-se, claro, que, ao contrário das últimas edições, o Prémio Secil Arquitectura 2008 possa desta vez servir de pretexto a uma discussão um pouco mais alargada sobre os modelos e as formas de pensar arquitectura; e essa será uma reflexão útil e necessária sobre o teor da produção e do pensamento arquitectónico em Portugal.

E no entanto, para lá dessa espuma dos dias, muita coisa ficará por dizer.
Como em mim fica, infelizmente, uma enorme certeza: o Prémio Secil é, hoje, uma oportunidade perdida. Porque aquilo que lhe dá corpo não passa de um exercício inócuo, algo mesquinho, um pouco vexatório até, muito pouco digno dos nomes daqueles que nele se envolvem.

Impõe-se uma questão. Que já não é: a obra de Brandão Costa merece o Secil; mas antes: o Secil merece a obra de Brandão Costa? Ou, por outras palavras: Será que o prémio Secil é eticamente merecedor da qualidade das obras que lhe dão nome?

Prometo, quando passar a espuma dos dias, voltar a este assunto.
Mas só mesmo quanto ela passar.

Celebre-se por ora Nuno Brandão Costa.

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