Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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Afinal de contas sempre é verdade: Deus é Brasileiro

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Espaço Público no Cacém, 2008, Risco















Estação Biologica do Garducho, 2008, Ventura Trindade












Arquivo Municipal de Loures, 2008, Fernando Martins e João Santa Rita


No fim de contas serão estas as (três) obras a representarem Portugal na VII Bienal Ibero-Americana de Arquitectura; já que a Fundação Ibere Camargo aparece, não sem algum mistério, na selecção de obras brasileiras.
Embora se possa afirmar que qualquer uma dessas obras portuguesas não aparenta representar aquilo que de mais interessante se passou no último biénio por terras lusas, não haverá de facto nada a apontar à aparente coerência do júri na escolha dos projectos nacionais, subjugado que estava ao tema "Arquitectura para la Integracíon Ciudadana" e à selecção prévia de José Adrião.

Quanto à confusa escolha do projecto brasileiro Ibere Camargo, exija-se (em troca) a nacionalização imediata do Niemeyer e do Lúcio Costa, do Tom Jobim e Vinicius de Moraes, de Buarque (o músico e o escritor), do Artigas e do Nelson Piquet, da Bruna Lombardi, do Ronaldinho Gaucho e também do Zico, Falcão e companhia, do Machado de Assis e da Clarice Lispector e da Gisele Bundchen. Autorgamo-nos também o direito de reservarmos para nosso melhor uso o Burle Marx e o Olavo Bilac, o Calçadão e Ipanema, a Ópera de Manaus e Brasília (dispensando a periferia, evidentemente), co Paulo Mendes da Rocha (até aos anos 90) e aquela italiana que fez o SESC de Pompeia e o Museu de São Paulo, a Carla Bruni (não é brasileira mas bem que podia ser), Curitiba e o calor.

E mesmo assim ficámos a perder.


ps. Só não percebemos uma coisa: sabendo que as obras que representam cada um dos países na BIAU deveria ser proposta pelo seu autor, parece algo nebuloso Siza ter concorrido com a camisola canarinha.

4 comentários:

João Amaro Correia disse...

apenas uma achega à nacionalização desses monumentos que, daqui desta margem do mar oceano, tornaria a lusa pátria numa espécie de paraíso na terra (com pec ou sem pec, seria indiferente, irrelevante): dispensar-se-ia o ronaldinho gaúcho, em visível decadência milanesa, por toda a equipa do téle santana de espanha 82; à clarice lispector juntar-se-ia a manoela swaitski (a modelo e a escritora: já olhaste bem os olhos da modelo e da escritora?), e mandar-se-ia voltar o raduan nassar do exílio na sua arcaica fazenda; evidentemente que te falta o caetano - a irmã poderia lá ficar sem grande prejuízo -; a cibelle já vive em londres está sempre a um passo; as cansei de ser sexy convidar-se-iam para as festas; mas e o luiz bonfá? e o baden pawell?, agora que vem aí o sol e as caipirinhas?

de resto, tudo ok. o mundo até poderia desabar. outra vez. e até, portugueses, nostálgicos, limitados ao rectângulo, poderíamos sentir a urgência em ser feliz, que, afinal, é o tema da bossa.

João Amaro Correia disse...

para mim, a novidade literária do ano: http://admin.saraivaconteudo.com.br/UploadPost/Manoela%20Sawitzki_Cristina%20Lacerda_1.jpg

(lispector vive sempre, e outra vez)

j

Nuno André Patricio disse...

só não percebo o porquê de dispensar a periferia de Brasilia...

Anónimo disse...

Acho que deve ser pagamento pelos brasileiros na selecção...

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