Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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A nova arquitectura

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A inefável e sempre atenta especialista de arquitectura do jornal Público Alexandra Prado Coelho informa-nos que:

O arquitecto português Eduardo Souto Moura foi distinguido com o Prémio Internacional de Arquitectura 2009 pelo Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança [...], o prémio, que é atribuído pelo The Chicago Athenaeum Museum of Architecture and Urban Studies, dos Estados Unidos, em parceria com o The European Centre for Architecture and Urban Studies, distinguiu igualmente o atelier português ARX pelo Instituto Politécnico de Setúbal [...]
De modo a dar ainda mais relevo à importância do prémio, Alexandra diz-nos que:
[...] os promotores do prémio receberam mais de mil projectos de arquitectos de todo o mundo, nas áreas de construção moderna, arquitectura paisagista e planeamento urbano.
Admito que não estava a perceber bem o teor da notícia.
Primeiro porque, apesar do destaque da notícia ir para uma arquitectura onde o branco é tom dominante e cada pormenor denuncia a assinatura do autor, haveria um outro distinguido [Arx]; facto esse que me criava alguma confusão.
Depois porque nunca tinha ouvido falar desse tal prémio.

Com o peso na consciência de ter sugerido a menoridade do Centro de Arte Contemporânea de Bragança, e o embaraço por tamanha ignorância fez-me, claro, descobrir que o The International Architecture Award 2009 é, segundo as palavras do próprio, o mais prestigiado prémio global para a nova arquitectura, arquitectura paisagista, interiorismo e planeamento urbano [the world's most prestigious global award for new architecture, landscape architecture, interiors and urban planing; no original]; embora na verdade só tenha três anos de existência.

O que Alexandra Prado Coelho se terá esquecido de referir foi, porventura, um pequeno - mesmo muito pequeno - pormenor: que o número de prémios atribuídos por essa nobre instituição ascendeu, apenas este ano, a 97. Noventa e Sete.

Resta-nos dar, a Souto de Moura e aos restantes 96 premiados, os nossos mais sinceros parabéns.

[ps. já agora uma pequena rectificação para os senhores do International Architecture Award: Souto Moura não é espanhol]


4 comentários:

AM disse...

odp já postou sobre esses prémios há um porradão de postas (atrás) e até descobriu (achou) por lá uns que gostou muito
este ano, se tiver tempo, ainda passo por lá a a-ver as novidades
entretanto, a minha estupefacção, concentra-se (toda) no prémio para a escola de Setúbal dos ARX que já tem uma catrefada de anos
ou será aquela mais recente do barreiro que (à falta de melhor...) andaram a "vender" na primeira TAL como sendo a última maravilha...
ai que isto vai de mal a pior...
mas é o que dá comprar (e ler) o público...

Pedro Machado Costa disse...

Caro AM: o projecto dos ARX será o da escola do Barreiro, e não a de Setúbal.

AM disse...

deixa prá lá
a questão agora é:
quem é Louise Braverman

Pedro Machado Costa disse...

A questão não é tanto quem é Louise Braverman, mas como é que Louise Braverman é premiada [com o mesmo prémio de Souto de Moura, Arx, e os restantes 95 autores] com uma obra que só irá ser construída em 2010. Misterioso este Prémio Internacional de Arquitectura.

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