Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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Meados de Janeiro

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Le Genou de Claire, 1970, E. Rohmer


A uma dada altura das nossas vidas parecia-nos encontrar nos filmes do Rohmer a justificação daquelas coisas que, parecendo não ter qualquer tipo de relevância, se demonstrariam centrais para o nosso quotidiano. Nesse vinculo de normalidade, quase banal, residiam as explicações daquilo que parecia não necessitar delas, mas que afinal se tornariam, depois, decisivas para a consciência dos nossos actos.
É verdade que não houve, nunca, espaço para lhe descobrirmos, a Rohmer, qualquer tipo de relevância estética. As coisas, nele, eram demasiado parecidas com o nosso próprio universo.

3 comentários:

alma disse...

no filme "a inglesa e o duque" não há relevância estética ??:)

Anónimo disse...

Quando o tédio se instala a beleza desaparece - e essa será a inevitabilidade comum a qualquer vida de conforto dita "burguesa".

http://www.youtube.com/watch?v=W8Hj3nI53qA

Quando as Catedrais eram Brancas disse...

As minhas palavras não foram portanto inequivocas. O que queria ter dito era que a falta de relevância estética dos filmes do Rohmer compõe a totalidade da relevância estética de Rohmer. Não sei de isso é verdade para a inglesa, ou para o duque.
A única coisa que sei, ou que julgo saber, é que é exactamente o tédio o grande leitmotiv da beleza. Prova disso, aliás, é o facto da burguesia, com o passar dos anos, ter tomado conta da estética: uma espécie de padastro, findos que estavam os dias de tédio da aristocracia. E, note-se: quanto maior era o tédio, mais possibilidades se tinha de alcançar o belo. Um simples exemplo: Le Notre.

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