Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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I heard he had done a football stadium in a cave and thought that he was particularly imaginative.

3 comentários:

João Caldas disse...

Pedro,

o comentário, aparentemente depreciativo, acerca desta obra do Eduardo Souto de Moura deixa uma questão no ar: chegaste a visitá-la? Posso dizer-te que, quando ele a apresentou na Casa da Música, não fiquei impressionado. Mas depois de a visitar estou convencido. O ESM conseguiu realizar uma obra com expressão, tudo menos minimalista; os espaços são densos, interessantes, é realmente uma casa de histórias, mas também de estórias que o tempo tratará de criar. O ESM está num processo evolutivo, se positivo ou não, cabe a cada um analisar. Eu penso que ele está a ganhar densidade. Algumas das obras iconográficas do passado eram pobres espacialmente; é algo que está a mudar. Claramanente existe uma vontade de experimentar, de testar soluções diferentes...

João Caldas

Pedro Machado Costa disse...

João Caldas,

de todo. O comentário não pretendia ser minimamente depreciativo em relação à Casa das Histórias. Passear por lá convence o mais incrédulo. E penso que estamos perante o melhor Souto de Moura desde o Estádio de Braga.
Não concordando que a obra seja propriamente um exemplo de experimentalismo; diria que sim: que Souto de Moura está a mudar.
Post sobre a Casa das Histórias no prelo, brevemente n'As Catedrais.

Obr.

João Caldas disse...

Pedro,

concordo completamente contigo em relação à evolução qualitativa desde Braga. Não vejo algo negativo em projectos "não tão conseguidos" desde o estádio. Acontece aos melhores. Existem, para mim, duas razões: a primeira é a questão experimental; sente-se que ESM anda, por vezes, em territórios não tão seguros para si, o que eu acho absolutamente extraordinário para quem, ao fim de 30 anos, não se deixa cristalizar. A segunda não será tão simpatica: a prática arquitectónica está a ser levada a uma gestão de recursos tal que, obviamente, a qualidade se ressente no resultado final. E não falo apenas da questão do valor dos projectos, não somos só nós a ser confrontados com preços inferiores para continuar a trabalhar. Os gabinetes de engenharia passam pelo mesmo, os donos de obra, empreiteiros, sub-empreiteiros...o presente estrangulamento financeiro está a levar a uma degradação da qualidade do produto final, e o projecto está incluido nessa mesma degradação. E penso que até ESM se ressente deste facto. São, infelizmente, sinais dos tempos.
Em relação à Casa das Histórias, a cor é de cortar a respiração. E o mimetismo das chaminés está absolutamente estupendo, nada artificial, e vais ver que, a partir de agora, vão sair chaminés por todo o lado. Fiquei mesmo impressionado com o edifício.

João Caldas

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