Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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Sobre os delírios eleitorais e outros pecados mortais

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Esqueçam as minudências e as imprudências eleitoralistas em fecho de autárquicas. Tudo isso [regresso de Frank O. Gehry ao Parque Mayer incluído] se torna irrelevante a partir do momento em que o Açoriano Oriental [que, para quem não sabe, é o mais antigo de todos os jornais publicados em Portugal] anuncia a mais brilhante promessa arquitectónico-eleitoralista do século: Niemeyer.

















Niemeyer? Repito: Niemeyer.
Aonde? Em Ponta Delgada.
A fazer o quê? Um Museu de Arte Contemporânea.

Não é que não deixe de apreciar fantasias. Gosto de fantasias. Adoro fantasias. Sobretudo se forem fantasias açorianas.
A questão, apenas de pormenor, é que já há um museu de arte contemporânea planeado para uma outra cidade logo ali ao lado: a Ribeira Grande, com projecto de Mendes Ribeiro e da dupla Menos é Mais. E não me recordo de haver nenhum Saatchi atlântico, nem mesmo Berardo Açoriano capaz de encher com arte contemporânea mais do que uma salinha, daquelas mais pequenas. Quanto mais dois museus.
Poder-se-ia, claro, alegar que a ausência de uma colecção de arte contemporânea não exclui a duplicação de museus, mesmo que distem menos de 20Km um do outro. Evidentemente que não exclui: haverá sempre algum sítio onde ir inventar conteúdos, mesmo que sejam nesses misteriosos museus da macaronésia; embora, claro, corramos o risco de faltar público açoriano para tanto museu.

O problema aqui é no entanto outro: estarmos - aparentemente - perante o maior logro da história arquitectónico-eleitoralista nacional, não fosse o projecto evidenciar grosseira e despudorada falsificação de Niemeyer.
































Todas as imagens: proposta para o futuro Museu de Arte Contemporânea dos Açores, com anunciada [mas largamente duvidosa] autoria de Oscar Niemeyer, 2009. Agradecemos o envio da notícia a fonte devidamente identificada, mas que para o efeito permanecerá anónima.

Assunto em permanente acompanhamento. Claro está.


4 comentários:

João Amaro Correia disse...

inside information levam-me a afirmar o que já afirmaste: são fantasias.
o CACA (centro de arte comtenporânea dos açores) segue a bom ritmo, noutro lado. e o projecto de recuperação da antiga fábrica do álcool pareceu-me 'interessante'.
garanto que a curadoria é do melhor que há no torrão.

j

Pedro Machado Costa disse...

João: pf explica lá melhor isso, sobretudo no que toca à (eventual) falsificação de Niemeyer.

João Amaro Correia disse...

sobre isso, pouco sei. e pelas imagens que mostras, parecer-me-á um niemeyer de refugo. um falso. nem sequer como o do hotel do funchal em que o brasileiro desenheou um esquisso.

apenas sei do CACA. e parece-me muito bem. quer como casa para abrigar a arte, quer como o projecto artístico e museológico para ser abrigado.


j

Francisco do Vale disse...

nunca as assinaturas valeram tanto :)

quando a moda pegar no "mexilhão" vai ser lindo.

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