Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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Maison Tropicale

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Depois de Angela Ferreira ter dedicado uma bienal (de Veneza) à casa africana que regressa á Europa, é agora a vez de outra representação nacional mostrar a Casa Portuguesa a regressar a Africa.

Manuel Graça Dias, recém empossado comissário para a Bienal de Arquitectura de S. Paulo, prepara-se para regressa ao ultramar africano, levando na bagagem Pedro Maurício Borges, o Atelier da Baixa, de Pedro Ravara e Nuno Vidigal, Pedro Reis e Jorge Figueira. Faltará ainda escolher um quinto elemento para fechar a equipa de autores que serão responsáveis pelo conteúdo expositivo nacional da Bienal: 5 projectos de escolas nas 5 ex-colónias portuguesas: Cabo Verde, Moçambique, S. Tomé e Principe, Angola e Guiné Bissau.
Uma espécie de Maison Tropicale em sentido contrário, portanto.

A propósito dos eleitos recordo apenas, num seminário de há uns anos atrás, MGD se ter insurgido contra os arquitectos que queriam fazer parte desse restritissimo inner circle de críticos composto por ele próprio, também por J. Figueira e mais uns quantos.
Sem querer sequer procurar clarificar o papel do multi-facetado MGD (arquitecto, crítico, professor, ensaista, escritor, director, editor, humorista, teórico, especialista, júri ) - que muito aprecio - no universo da arquitectura, diria ainda assim que é curioso ver a selecção de autores passar pela escolha de um crítico assumido (isto e isto não contam, pois não?) para fazer projectos; ou não tivesse o próprio sido anterior comissário para a Bienal de Arquitectura de S. Paulo.

Ainda assim será curioso ver o resultado final. Será que MGD irá regressar à sua tão querida mitologia iconográfica do modernismo português em Africa (afinal não houve outro modernismo português); ou será que o discurso irá ser mais consentâneo com os dias de hoje, numa espécie de back to basics?

4 comentários:

AM disse...

estou farto de "empossados", de curadores e de "representações" (de "embaixadas"!?) ao estrangeiro
acho esta merda toda mais ridícula que o festival da canção da RTP!!!
abaixo as capelinhas da capital!

Pedro Machado Costa disse...

Carissimo,
nada pior do que estar farto de alguma coisa, sobretudo se a fartura for sobre aquilo que chamas de "merdas mais rirículas que o festival da canção da RTP" (espero que numa metaforica crítica à exposição que o J. Figueira levou à Bienal de S. Paulo).
Enfartado talvez; e eu aí ainda te darei razão.

Relativamente às palavras de ordem, fizeram-me mais lembrar o Tiago Mota Saraiva do que propriamente o ODP.

No stress.

Pedro Machado Costa disse...

ps.

Mas eu até percebo a tua tristeza: é que, tomando como princípio que concordas que a representação portuguesa numa Bienal é um bom exemplo de "uma exposição organizada pela classe" (ver post ODP de Quinta-feira, Janeiro 29, 2009) vossa excelência encontra-se em dívida para com as Catedrais.

Um jantar por essas outras capelinhas da capital sair-te-à caro. :)

AM disse...

o catedrais é mais rápido na cobrança das dívidas (pode ser uma boa saída profissional...) que o homem do fraque... :)
agora não posso (que estou a líquidos...), mas é só marcar(es) e avisar(es)
odp lá estará, à hora marcada :)

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