Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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Diário da República

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Susana e os Velhos, Anónimo, n/dat.


De: João Rodeia
Enviada: Quarta-Feira, 25 de Março 2009
Para:
Assunto:+j, em apoio ao novo museu dos coches

1. Informam-se todos os 200 signatários da carta em apoio à construção do novo museu dos coches do seguinte:
2. A carta já está on-line.
ATENÇÃO: todos os 200 subscritores da carta já constam na petição on-line e não necessitam inscrever-se (terão já recebido a respectiva notificação);
3. O endereço da petição on-line é www.petitiononline.com/coches09/petition.html;
4. Agradeço que divulguem junto de todos quantos possam subscrever esta petição (se possível, cada um de vós procure 10 a 20 novos subscritores...).

Muito obrigado.
+joão belo rodeia, arquitecto
Por um Novo Projecto de Regeneração Urbana em Lisboa: cidadãos apelam à construção do novo museu nacional dos coches

To: Primeiro Ministro do Governo da República Portuguesa, Eng. José Sócrates,

Exmº. Senhor Primeiro-Ministro
do Governo da República Portuguesa,
Engº José Sócrates,

Serve a presente carta, subscrita pelos abaixo-assinados, para expor junto de Vª Excª o seguinte:
1. Considerando que a construção do novo edifício para o Museu Nacional dos Coches permitirá acolher a sua valiosa colecção em melhores condições museológicas de conservação, de exposição e de fruição pública, com novas valências e exigências de funcionamento indispensáveis a um museu contemporâneo aberto aos cidadãos e estimulante para a cidadania;
2. Considerando que o novo edifício para o Museu Nacional dos Coches implicará reequacionar o antigo Picadeiro Real, cujas dimensão e instalações são hoje tão limitadas para a exposição da colecção quanto exíguas para acolher o crescente fluxo de visitantes em condições mínimas de eficiência e segurança, permitindo assim valorizar e potenciar o Picadeiro no âmbito do novo Museu e/ou no contexto patrimonial do Palácio de Belém e da sua área envolvente;
3. Considerando que o novo edifício para o Museu Nacional dos Coches implicará relocalizar as actuais instalações provisórias e respectivos conteúdos/depósitos do extinto Instituto Português de Arqueologia, entretanto integrado no IGESPAR, abrindo-se uma janela de excelente oportunidade para equacionar outra localização arquitectónica e urbana mais adequada e digna para a arqueologia portuguesa, que deverá ser objecto de diálogo e de tão amplo consenso quanto possível entre todas as partes entretanto envolvidas;
4. Considerando que o novo edifício para o Museu Nacional dos Coches, com a demolição da opacidade murada das antigas Oficinas Gerais de Material de Engenharia, permitirá a cicatrização, regeneração e dignificação urbana da Praça Afonso de Albuquerque, rematando-a e ligando-a ao rio Tejo, e, sobretudo, oferecendo um extenso, qualificado e generoso espaço público que potenciará o encontro dos cidadãos e a fruição urbana;
5. Considerando que o novo edifício para o Museu Nacional dos Coches deverá desencadear e potenciar uma estratégia museológica concertada para a área monumental da Ajuda/Belém/Junqueira, designadamente no quadro dos equipamentos culturais existentes, e contribuirá para sedimentar a matriz territorial e a vocação sociocultural desta mesma área, confirmando-a no seu valor patrimonial e numa clara geoestratégia urbana e metropolitana, nacional e internacional, que é indispensável para a construção de identidade colectiva e afirmação contemporânea da cidade de Lisboa e do nosso País;
6. Considerando, assim, que o novo edifício do Museu Nacional dos Coches, da autoria do arquitecto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, há muito militante de uma arquitectura de causas públicas, resultará num edifício de cidade e dos cidadãos com inegável interesse público, para além do valor intrínseco da sua qualidade estética, ética e cívica;
7. Considerando, por isso, que são apropriados os recursos envolvidos na construção do novo edifício para o Museu Nacional dos Coches quando comparados com esse mesmo interesse público, ou seja, com as mais-valias para a valiosa colecção do museu, para a cidade de Lisboa, para o País e, sobretudo, para o enriquecimento da vida quotidiana dos cidadãos;
8. Considerando, ainda, que é possível e desejável conciliar o novo Museu Nacional dos Coches com as expectativas geradas e as partes entretanto envolvidas, articulando património, criação arquitectónica e vocação pública, e que, pelas razões atrás apontadas, a cidade de Lisboa e o País não podem dar-se ao luxo de perder a oportunidade única criada pelo novo Museu - enquanto colecção, enquanto edifício, enquanto fazer de cidade e enquanto afirmação de capitalidade - e, muito menos, de inviabilizar um evidente recurso identitário que orgulhará a cidadania e os valores republicanos;

Por tudo isto, os presentes signatários - ainda que respeitando opiniões distintas ou complementares às suas e que devem ser tomadas em conta neste processo - manifestam que é urgente, indispensável e fundamental construir o novo edifício para o Museu Nacional dos Coches e solicitam a Vª Excª o maior e melhor empenho para a sua rápida concretização, na certeza de que o respectivo interesse público tanto celebra e dignifica os 100 anos da República Portuguesa, quanto o seu presente e o seu futuro.

Correndo o risco de publicitar ideias que me são aversas, aqui fica a célebre petição on-line a favor da construção do projecto de Paulo Mendes da Rocha para o novo Museu dos Coche.

Para além da vacilante qualidade do projecto para o Museu (aqui e ali), a dúvida maior estará aqui em saber que legitimidade terá João Belo Rodeia [actual Bastonário da Ordem dos Arquitectos] em propor a defesa de um projecto de arquitectura adjudicado sem qualquer tipo de escrutínio público.

Relembro as responsabilidades acrescidas do Bastonário na defesa de processos que procurem dotar as nossas cidades das melhores soluções [arquitectónicas]; sendo que há, sempre houve, formas de garantir a melhor adequação de um determinado projecto ás exigências que se propõe resolver: o Concurso Público.
Porque só através de um Concurso Público seremos capazes de analisar vários pontos de vista sobre um mesmo problema, testar soluções, e escolher. Simplesmente escolher.

O que João Belo Rodeia nos diz é que a sociedade não necessita dessa escolha; porque ela foi já feita por um conjunto de notáveis, que assegura [e louva] a proposta de Paulo Mendes da Rocha.

Ora, desconfio: esta deve ser a solução menos republicana para celebrar a República.

5 comentários:

AM disse...

bom, LOL, o texto da petição é completamente hilariante e patético :)))
o bak gordon também assina a petição... oh, oh, oh...

alma disse...

Obrigada Pedro !

isabel brison disse...

Alguém já reparou que há nomes repetidos entre os míseros 600 e poucos signatários?

Lourenço Cordeiro disse...

Admiro-vos a dedicação, a sério que sim. O meu balão já se esvaziou.

Pedro Machado Costa disse...

Tenta soprar...

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