Homebody. The Wittgenstein House, 2003-2004, Paulo Mendes com a.s*; na foto: Schizolife systems, 2004, CAP, Coimbra (fonte: Paulo Mendes)
Na verdade foi Paulo Mendes quem trouxe, debaixo do braço, a ideia: fazer a chamada Casa Wittgeinstein. Que não: não é (só) da autoria de Wittgeinstein. Também não é a casa onde Wittgeinstein habitou: na verdade o filósofo era dado a ambientes bem menos modernos. E que dá pelo nome oficial de Casa Stonborough.
Tentámos primeiro faze-la à escala real. Parte dela: os salões e a tal entrada com as escadas. E aquelas outras escadas que dobram a meio. Tudo dentro da FIL. Desenhamos a coisa toda. Salas e Saletas. Degraus. Portas. Frisos. Até o puxador que vinha numa imagem publicada no livro que Paulo Mendes trazia, sempre, debaixo do outro braço.
Depois, como fazem todos os arquitectos falhados quando tudo falha, apostámos em fazê-la à escala 1:20. Toda. Mas em pequenino. A maquete deve andar por aí, num armazém qualquer.
Um dia destes ainda pego em Paulo Mendes, ponho-o debaixo do braço, e levo-o comigo a Viena, nem que seja só para confirmar se é verdadeira a tese que diz: a unica coisa que Wittgeinstein fez foi pegar no projecto original de Paul Engelmann, e alterar-lhe as proporções, na medida exacta da sua irmã Margarethe - que chegou a ser retratado por Klimt -: dizia-se, era um bocadinho - um bocadinho apenas - mais pequena que o normal. Como à maquete.
4 comentários:
só depois desta casa é que se cansou dos 'ambientes modernos' de viena.
refugiou-se na boa velha iglaterra. não sei porquê, este percurso faz-me sempre lembrar o de um outro cansado modernista vienense. musil, também ele exilado.
ninguém diz mal do Witt :)
era um espírito superior ultra inteligente generoso e sensível ...
João,
o Witt refugiou-se Noruega :)))
estudou em Inglaterra
lutou na guerra ...
viveu e mudou de casa N vezes :)
Esta história está mais que estudada e debatida. Há uma série de documentos publicados que esclarecem os pormenores. Foram poucas as alterações, mas ainda assim há pormenores interessantes, sobretudo na métrica da caixilharia e na aplicação de portas duplas no interior, uma que abre para dentro, outra que abre para fora, dependente do uso que se pretende. Sem dramas... e sim, vale a pena ir até lá (embora já não esteja como no projecto original.)
http://www.guardian.co.uk/books/2002/jan/05/arts.highereducation
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