Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

| Subscrever via RSS

Dos piromaniacos e d'outros perigos

| |

No número 42 da Rue Fontaine, junto ao Pigalle, André Bretón juntou, ao longo das duas décadas que ali viveu, uma miríade de objectos: manuscritos de Trotsy, de Apollinaire e de Freud. Desenhos de Dali. Pinturas de Magritte e de Miró. De Picabia. Fotografias de Man Ray. Centenas de peças de arte popular vindas da América do Sul e de África. Fósseis sem aparente valor, cheios de pó, arrumados em prateleiras onde estavam caixas e mais caixas com correspondencia pessoal do poeta. Pequenas esculturas de Kandinsky. Coisas do Duchamp. Mais uma ou outra tela do Picasso. Uma data de cadavres exquis de uma data de autores que o fim do surrealismo fez esquecer.

Um dia alguém terá perguntado a Bréton qual das obra de arte resgataria de um eventual incêndio em sua casa. O fogo, claro; replicou.

0 comentários:

Tags