Quando as Catedrais eram Brancas, notas breves sobre arquitectura e outras banalidades, por Pedro Machado Costa

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Regresso à Bouwkunde

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Bouwkunde, Technische Universiteit Delft, Bakema/Van der Broek; NAI Archives; na imagem: link directo para o ficheiro de Bakema.

Chegava-se lá pela Makelweg. A meio do caminho ficava o Auditório desenhado pelo Bakema (iamos lá comer de vez em quando; para lá dos vidros da cantina via-se o buraco onde depois assentou a nova biblioteca da Universidade, que nunca chegámos a conhecer).
A Makelweg era, ainda deve ser, uma rua larga, com árvores dos dois lados, a separar os carros das bicicletas.
No inverno, pelas manhãs, instalavam-se aí grandes caixas com sal que, depois, era espalhado sobre o gelo da estrada.














Entrávamos normalmente pela porta das traseiras (na frente só deixavam estacionar bicicletas). Passávamos pelo grande Hall. Aquele onde o Hertberger dava os workshops, mesmo ao lado da oficina de maquetas, que era o espaço preferido de toda a gente.
Depois havia um corredor, largo, com mesas e cadeiras, que a meio dobrava e voltava a dobrar logo a seguir. Ligava à biblioteca e aos auditórios e, do lado oposto, à secretaria e o pequeno bar com a esplanada sempre inutilizada pelo frio.

Junto ao átrio da frente existiam mesas com rolos de desenho. Passávamos lá as tardes. A desenhar pouco. A falar muito. A fumar cigarrilhas com tabaco da indonésia que vinham numas caixinhas de alumínio amarelas. A ver quem entrava pela porta principal, que era quase toda aquele gente que andava de bicicleta.




















Lá para cima existiam mezzanines com escadas em caracol, que deixavam espaço livre para construir pequenas casa a sério (lembro-me de estar no oitavo andar a ver assentar tijolo, com aquele modo de assentar tijolos que se vê nas casas da Escola de Amsterdam, em que de dois em dois tijolos de coloca um com o topo para fora).
Dessas mezzanines dava para assistir a aulas de outras gentes sem bater à porta. Era também o sítio preferido para a fuga de fim de tarde.

Pensando bem: sempre tive sorte com a arquitectura das escolas de arquitectura por onde andei. E esta nem sequer foi a melhor.

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